Tradução e harmonização lingüística – Abordagem terminilógica á construção de um tesaurus de enoturismo
DOUTORANDA | Teresa Azevedo Pataco |
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TÍTULO |
Tradução e harmonização lingüística – Abordagem terminológica á construção de um tesaurus de enoturismo
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DIRECTORXS |
Iolanda Gloria Galanes Santos e Manuel Fernando Moreira da Silva
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LIÑA DE INVESTIGACIÓN | Terminoloxía |
RESUMO |
Se as línguas naturais são o meio de comunicação humana por excelência, então as línguas de especialidade serão o veículo da comunicação entre os especialistas e os seus pares e entre os especialistas e os seus públicos, de onde decorre que quem estiver ligado profissionalmente a qualquer das áreas do conhecimento científico e tecnológico, cada vez mais complexas e específicas, tem que processar e dominar os novos conceitos e respetivas terminologias que se querem sistematizadas e desambiguadas, para que a comunicação seja de facto eficaz e bem sucedida. No entanto, as línguas de especialidade já não podem ser vistas apenas como repositório de “vocabulary of subjects to which, it is assumed, the average person will not have access” , nem como estruturas rígidas de organização lexical inflexível, em que os termos pressupõem uma univocidade inquestionável com a realidade extra-linguística, como era originalmente preconizado pela teoria wüsteriana. A Terminologia, enquanto ciência, tem vindo a evoluir no sentido de tentar dar resposta às necessidades de sistematização e harmonização com que as línguas naturais se deparam cada vez com mais urgência. Tal necessidade, consequência direta do fenómeno da globalização e da internacionalização dos saberes científicos e tecnológicos (grandemente aceleradas pela expansão e cada vez maior utilização da Internet enquanto espaço de partilha cultural e científica mas também, e cada vez mais, de trocas económicas, que se materializam no negócio eletrónico), decorre do risco real de esquecimento que algumas línguas podem correr se, num registo formal de comunicação profissional, forem sendo substituídas por outras consideradas mais “aptas” (como é, por regra, considerada a língua inglesa) para transmitir a informação desejada. A “evolução” da Teoria Geral da Terminologia no sentido de incluir uma perspectiva mais funcionalista da língua, tal como é advogado por sociolinguistas e pela socioterminologia (Yves Gambier e François Gaudin serão, porventura, as referências mais conhecidas desta última), terá também que se fazer sentir ao nível das políticas de planificação e harmonização lingüística. Esta não é, contudo, temática incontroversa, já que para a Linguística Geral o processo deveria ser o resultado da evolução natural que ocorre em todas as línguas e que será instigada pela utilização real e diária que os falantes fazem do seu património linguístico. Como já afirmámos anteriormente, a velocidade a que a informação é disponibilizada hoje em dia na Internet poderá ter como consequência a extinção das línguas ditas minoritárias, de todas aquelas que não encontrem apoios em instituições governamentais, sociais, de ensino ou outras que elaborem programas de manutenção e estímulo da entidade linguística nacional em todas as áreas do saber, especialmente as que as sociedades considerem prestigiantes e que tenham uma função central no desenvolvimento económico. Será então este, talvez, um dos papéis mais relevantes e visíveis para a Terminologia deste início de século, ciência que aqui perspetivamos numa vertente sociológica, com objetivos e aplicações de natureza prática e funcional, que procura dar resposta à produção e disseminação do conhecimento advindo de dois movimentos aparentemente contraditórios da evolução científica nas últimas cinco décadas, i.e., da interdisciplinaridade e da hiperespecialização. Esta abordagem descreve, de forma breve, o contexto sociotécnico e teórico a partir do qual desenvolveremos a nossa abordagem, de base terminológica, à análise do uso e representação do conhecimento especializado no domínio do Enoturismo, ao mesmo tempo que enquadra e sustenta a definição de critérios para a recolha e análise de um corpus de especialidade neste domínio que sustente a construção de uma proposta para a harmonização linguística do dito domínio. |
PALABRAS CHAVE | Terminologia, Enoturismo, Harmonização, Corpus, Tradução, Tipologias textuais |